domingo, 12 de maio de 2019

Aceitação.


Passado esse momento eu me percebi de fato. 

Me permiti sentir medo, ter dúvidas e aceitei todas as dores, me redimi a incerteza e se um dia eu não estivesse bem, entenderia como mais um dia,  e que ele acabaria, como todos os outros.

Não foi e ainda não é um processo fácil, mas depois de algumas seções de terapia, conversas, duvidas, choros e muitos medos eu decidi que o primeiro passo a ser dado seria: trabalhar em mim  a aceitação, e cheguei nesse momento – Hoje.

Preciso deixar claro que esses textos não são sobre ficar triste, é sobre como lidar com a tristeza.

Eu ainda estou em um processo de aceitação e buscando alguns porquês, mas eu entendi que precisava perder a vergonha e o medo de falar, contudo coloquem aí, muitas noites sem dormir, varias sessões de terapia, diversas duvidas..., até que entendi. 

Eu precisava externalizar, isso fazia parte do meu processo de aceitação;

Aceitar não é fácil, arrisco dizer que é uma aceitação diária, uma, duas, cinco vezes ao dia, mas compreendi que tudo bem ser assim, faz parte do processo e que também existem dias leves em que  pensar na doença não traz tanta dor.

Aceitar ser portador de uma doença autoimune é aprender a viver com a imprevisibilidade, eu que sempre fui controladora tive apenas que confiar. Demorei para entender que confiando e me entregando, meus ombros ficariam leves, mas isso é assunto para outro texto. 

Fer 
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“Às vezes não tem outro jeito
O jeito é seguir
Lembrar que o que me fere
Também me faz sorrir
Escrevo em um bilhete:
Ame tudo que puder
Seja o que for
Venha o que vier”
-Tiago Iorc

Desacelerando.

Teve um momento em que precisei desacelerar..., mas até perceber isto eu escolhi que colocaria 90% das minhas energias no trabalho e todo resto eu dividira os últimos 10%.

Feito isso eu virei uma bagunça, eu quis mostrar para tudo e todos que eu estava e que seria forte, quando me perguntavam se estava tudo bem, eu sorria e dizia - Sim!

Mas, eu estava exausta, cansada e esgotada.

Dentro do que eu achava que era certo, na minha cabeça eu precisava ser forte, acreditava que precisava mostrar para todos que eu conseguiria passar por isso e que daria conta, tinha meus dias ruins, me permitia alguns momentos, mas ainda assim, eu não os aceitava.

Até que em terapia, depois de um momento difícil, escutei – Você precisa deixar-se ser cuidada. 

Pode parecer obvio, mas foi ali que eu entendi que não precisa ser forte o tempo inteiro, que as pessoas querem e podem ajudar. 

Tenho momentos em que eu preciso ficar comigo, e foi nesses momentos que definitivamente entendi que eu não estava dando conta de tantas coisas, eu não tinha mais aonde buscar forças, foi quando eu decidi: Eu não demostraria mais forças. 

Passado este momento me cerquei de pessoas que queriam e que me dariam colo, que estariam verdadeiramente para mim. 

Minha preocupação durante um tempo era dar suporte as pessoas ao meu redor, para que elas não fraquejassem, mas eu não sustentei isso:  

Eu desisti! E essa foi a melhor decisão. 

A vida me virou de cabeça para baixo e eu tive ânsia de viver, de provar para os outros e principalmente para mim, que jamais em hipótese alguma eu iria me permitir abalar.  Por algum motivo eu não admitia isso de mim, eu me cobrava muito, até o momento em que parei e escutei o que meu EU me pedia, 

- Eu precisava desacelerar. 

Fer. 

Inicio.

Quero que esse blog seja uma eterna fonte de memorias.

Eu escrevo desde muito cedo, lembro de ter vários diários e de escrever inúmeras cartas, recordo que isto me acalmava profundamente. Escrever para mim é acalento na alma, é quando coloco para fora o que nem eu sei, e depois, relendo percebo que as respostas que precisava já estavam comigo eu só precisava organiza-las. 

Por algum motivo parei de escrever, mas sempre pensei em voltar, porém eu não tinha nada consistente para falar, não queria ser mais uma falando coisas obvias, não que hoje exista um motivo especial, mas há uma razão dentro de mim que me faz querer, pela primeira vez, dividir. 

Não esperem textos difíceis e cheio de enigmas, eu decidi ser aqui a mais simples e verdadeira possível, dividindo o que tenho para ser dividido e se possível te ensinar ao fim disso tudo, alguma coisa nova. 

Iniciamos juntos então? 
Com amor e um pouco de medo, 

Fer. 

Aceitação.

Passado esse momento eu me percebi de fato.  Me permiti sentir medo, ter dúvidas e aceitei todas as dores, me redimi a incerteza e se um...